quinta-feira, 12 de abril de 2018

Adoniran Barbosa

Eu o encontrei algumas vezes pelos lados da Praça da República, o cumprimentava e ele balançava a cabeça, lembro que certo dia chegou a fazer menção de que ia tirar o chapéu de feltro, e aí seguia em frente. Calmo, sempre muito calmo. Se tivesse tempo para me ouvir diria a ele que li o que ele tinha escrito em um jornal a pedido do amigo Assis Ângelo, um alternativo que era preferido também pelo cartunista Jota, um certo "Arroz com Feijão", que circulou duas ou três vezes, não mais do que isso.
Li agora que Adoniran Barbosa participava também como entrevistador do programa que era líder de audiência nos anos 70 do século passado, "Quem tem medo da verdade". Para quem não viu eu vou resumir: era um programa de tv ao vivo, com alguém em evidência, e só faltava exibir as malhas da Inquisição, porque tudo que havia de sadismo escorria por lá. O grande cantor e compositor fazia sua parte digamos humorística, para dar um tom um pouco mais leve ao programa.
Elifas Andreatto fez este retrato do grande Adoniran Barbosa, um primor de desenho que resolvi usar aqui para homenagear tanto um como o outro. Também li a biografia escrita pelo músico Ayrton Mugnaini Júnior, que não conheceu pessoalmente Adoniran, mas construiu uma grande obra, digna do homenageado. Agora estão anunciando um filme no cinema que, espero, vou assistir na primeira fila com pipoca e guaraná, é claro.