segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Fernando Gasparian

Ao ser apresentado ao empresário e criador do jornal "Opinião", gestado quando ainda estava em Londres, Fernando Gasparian perguntou o que eu achava do seu jornal. Peguei um exemplar e fui fazendo críticas. Tinha uma reportagem que o editor de Cultura adiava indefinidamente, apesar dela estar liberada pela maldita Censura. O título dado foi "A noite dos violeiros" e saiu, só que no último número.
Anos mais tarde eu havia escrito um livro "Sentença", sobre a prisão injusta do último governo do ciclo militar, de João Figueiredo, envolvendo dois padres franceses e 13 posseiros da região do Araguaia. Um editor da moda havia demonstrado interesse, mas na hora abandonou a ideia. Gasparian editou o livro que teve 2 edições. Apresentei os personagens do livro para ele, que conversou com os dois em francês impecável.
Depois fui trabalhar no jornal do PMDB em que ele era tesoureiro e responsável pelo "São Paulo Hoje". O tempo todo ele fazia questão de se preocupar em fazer um jornal nos moldes dos europeus, com reflexão, que mostrava tendência da nossa combalida Economia. Fugia do esquema jornalzinho de partido.
Nosso último encontro foi com o jornalista Raimundo Pereira, que fazia homenagem pela passagem dos 40 anos do jornal "Movimento", que resultou da saída dele do "Opinião" por divergência com o próprio Gasparian. Nada de mágoa, só boas lembranças.
O filho Marcus vendeu a editora Paz e Terra para o grupo Record depois de ouvir elogios ao trabalho diferenciado feito pelo saudoso e sempre querido pai.
Fernando Gasparian foi sempre um nacionalista, um homem preocupado com o social, com o País que deveria viver com inflação nunca acima dos 12% ao ano, que ele escreveu quando exerceu seu único mandato como deputado constituinte.
 Gasparian, um nacionalista

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