domingo, 26 de janeiro de 2014

Marcos Faerman

A entrevista com o tenente do Exército japonês Hiroo Onoda, que se escondeu numa ilha das Filipinas por 29 anos, depois do término da II Guerra Mundial deu tanto trabalho ao repórter Marcos Faerman, do Jornal da Tarde, nos idos dos anos 70 do século passado porque o intérprete que o jornal havia contratado captava as ideias do japonês e transmitia em inglês, não sabia nadinha do português. Foi uma confusão total. Poucos souberam disso. Ao mesmo tempo em que trabalhava no jornal da família Mesquita ele se entregou a um projeto do qual participei desde o começo, a do jornal "Versus". Seu sonho era integrar a América Latina, fazer de tudo uma espécie de Mercosul em que englobasse não só aspectos econômicos mas também culturais.
 O jornal "Versus" fez história. Foi e é sempre objeto de interesse de estudantes de todo o País. Mas quero lembrar um aspecto bem humano deste grande repórter e editor. Ele me chamou para acompanhar um cartunista que tinha de comparecer a uma delegacia para pôr ponto final a um velho problema. Quando menor de idade o artista havia depredado um telefone no bairro da Casa Verde. Foi apanhado em flagrante, levou cassetadas mil da Polícia, respondeu a inquérito e tremia feito vara ao se ver diante do delegado. Isso antes de ficar por nem-sei-quantas horas num verdadeiro chá de cadeira.
No dia seguinte, Marcos Faerman quis saber o que havia acontecido ao cartunista que vi recentemente em entrevista à "Trip", onde falava que estava cada dia mais dependente de drogas. Ele era assim: se importava com a vida pessoal das pessoas, não ficava alheio a esses problemas eventuais e prosaicos.

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