domingo, 2 de março de 2014

Bernardo Cabral



Acompanhei a Constituinte como repórter da Veja e depois do Estadão. Uma das lições que um repórter de Política aprende é cultivar suas fontes. Foi o que fiz com o relator dos trabalhos, o deputado federal Bernardo Cabral. Ele me convidava para almoçarmos no restaurante da Câmara, onde nos reuníamos com o querido amigo, o saudoso Flamarion Mossri, cunhado do José Dirceu, da sucursal de Brasília, experiente na arte de entrevistar políticos da velha guarda. Flamarion e Cabral se conheciam desde os anos 1960, vejam só, e conservavam no mesmo grupo velhas amizades,  deputados paulistas Mario Covas, Franco Montoro e Ulysses Guimarães.
Vez ou outra dava uma passada no gabinete de Bernardo Cabral para saber das novidades. Uma das vezes ouvi ele dizer para a mulher que estava "com aquele repórter de São Paulo, lembra?, o Rivaldo, e vamos sair para jantar". Não jantamos nem havíamos combinado nada. Mas, tudo bem.
Certo dia, Bernardo Cabral foi ao programa "Roda Viva" e o diretor do Estadão, Oliveiros S. Ferreira, fez uma pergunta que deixaria o entrevistado constrangido: queria saber por que o então presidente José Sarney havia conquistado 5 anos de mandato sem que o Congresso soubesse. Resposta no ar: "Não é verdade que não sabíamos, é só ler o Estadão que o Senhor dirige e ver que saiu matéria do Rivaldo onde eu afirmei que Sarney governaria por 5 anos".
No dia seguinte ao cruzarmos nos corredores do Estadão, Oliveiros me deu um abraço, o primeiro que ganhei de uma alta patente no jornalismo. Grande Oli!
Hoje Bernardo Cabral assessora a Federação do Comércio do Rio de Janeiro.

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