domingo, 16 de março de 2014

Cavalos

Cavalo também é gente. Cerca de 240 cavalos se encontram de quarentena no quartel da Polícia Militar na região da Luz, centro de São Paulo, com o risco de serem sacrificados com injeções letais. Há 7 anos surgiram relatos de casos ocorridos no interior do estado e em Pernambuco de uma epidemia. Em uma análise preliminar, 36 desses animais estavam sob suspeita de terem contraído o mormo, uma doença que ataca o sistema respiratório e compromete pulmões, com risco de até passar para seres humanos.
Cavalos que andam montados por policiais militares fizeram estragos anos atrás. Foram utilizados para invadir a Pontifícia Universidade Católica, a PUC paulista, sob ordens do então secretário da Segurança Pública, coronel de Exército Erasmo Dias. Em uma entrevista na placidez de seu gabinete, perguntei a ele a respeito de queixa de moradores de que os bichinhos sujavam a cidade, ao que ele espumou de raiva e se saiu com essa: "O que o senhor prefere, que os bichos sujem as calçadas ou que os bandidos lhe metam uma arma na cara?".
Sugeri a alguns parlamentares apresentar projeto retirando dos cavalos essas funções de patrulhamento da cidade. Ninguém se sensibilizou.
Um dia trabalhei em gabinete com um coronel da Polícia Militar que explicou a função desse tipo de patrulhamento: dar ao cidadão a sensação de segurança. Ao ver da janela de um apartamento aqueles grupos de cavalos trotando nas ruas da cidade, o contribuinte tem a sensação de que está seguro, que nada de mal acontecerá à sua vida.
Ah, bom!

Nenhum comentário:

Postar um comentário